UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO
DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE
DE HISTÓRIA – PÓLO PARAUAPEBAS
A DIDÁTICA DO
PROFESSOR DE HISTÓRIA
A DIDÁTICA DO
PROFESSOR DE HISTÓRIA DE 5ª E 6ª SÉRIES DA
ESCOLA ELDORADO
ALUNOS: Luis da S. Pereira e Manoel Oliveira da Silva
SUMÁRIO
1.Introdução..................................................................................................................
03
2.Lócus
da
investigação.................................................................................................05
2.1
Apresentação diagnóstica com evidência nos documentos da Escola Municipal de
Ensino Fundamental Eldorado......................................................................................
05
2.2
Apresentar o perfil dos
alunos................................................................................
05
2.3
Apresentar o perfil do corpo docente......................................................................
07
3.
Análise dos
dados.....................................................................................................
09
4.
Conceituando saber científico e saber escolar..........................................................
11
5.
Conclusão.................................................................................................................
13
5.
Referências...............................................................................................................
14
6.
Anexos......................................................................................................................
15
1. Introdução
O presente trabalho pretende fazer uma
abordagem acerca do “Ensino de História de 5ª
e 6ª séries da Escola Municipal de
Ensino Fundamental Eldorado, refletindo a didática de ensino na sala de aula e
a relação aluno e professor”. A nossa fundamentação teórica está embasada na análise
de conteúdo de Laurence Bardin, [1] onde a autora diz ser “[...]
um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos
sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens indicadores que permitam a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção/recepção de variadas mensagens”. E no que diz Paulo Knauss[2] em relação ao conhecimento
comum: “O conhecimento comum raramente é consciente de seus limites,
adequando-se a situações invariáveis, colocando-se na dependência de fatores
constantes, o que caracteriza sua restrição”. Usaremos
Paulo Knauss para conceituar saber científico e saber escolar dentro de nossa
proposta de pesquisa.
Como problema, levantamos pontos
essenciais para o desinteresse dos alunos e analisamos possíveis soluções para
superação desse desafio.
O objeto de nossa pesquisa é a
didática e a relação do professor com o livro didático, que parece ser o seu
único objeto de ensino, e buscar alternativas para a melhoria na qualidade do
ensino com o intuito de uma aprendizagem satisfatória, atentando para um
repensar da prática docente e uma discussão do papel do professor enquanto
sujeito ativo na construção do conhecimento. Sabe-se que
para se ensinar qualquer que seja a disciplina não existe uma “receita pronta”,
o que se sabe realmente é que, é fundamental que o professor conheça diversas
possibilidades para trabalhar em sala de aula. As recentes discussões a
respeito da educação nos alertam para a necessidade de se reavaliar a formação
dos profissionais envolvidos com a educação e a exigência de um repensar da
prática educacional.. [3]
Especificamente
buscou-se analisar a realidade do ensino de História no ensino Fundamental da
Escola Eldorado; buscar caminhos para facilitar a aprendizagem, sendo possível
sugerir a interação dos conteúdos das aulas de História com o cotidiano dos alunos, pois se acredita ser um ponto
crucial no embasamento da disciplina.
Discute-se a didática do professor de
História e a relação com o livro didático, dando ênfase ao trabalho do
professor em sala de aula, que utiliza o livro como instrumento que auxilia na
prática docente, ressaltando o papel do professor, de História. Este professor
precisa repensar de forma urgente sua concepção de História, suas metodologias,
seus valores e sua relação com os discentes e o livro didático. A formação dos professores é também
apontada como desafio, já que em termo geral eles não dispõem de condições
sejam elas pessoais ou materiais, para uma formação continuada ou curso de
aperfeiçoamento na área.
Articulando que a formação de um profissional de História deve está
voltada para as mais variadas áreas de atuação, tem que ser investida e tratada
numa concepção de Universidade, que analise o ensino como pesquisa e
experimentação. E finalizando, tem se norteado o “fazer
História” na sala de aula, que nos mostra algumas sugestões para termos boas
aulas de História, colocando a necessidade de repensar o papel do professor
enquanto sujeito capaz de agir e refletir sobre sua prática, admitindo que
quando o professor procurar responder verdadeiramente as questões que o
interrogam no seu íntimo, tais como o que faz ali, qual é o seu lugar, onde
pretende chegar, qual seu papel como professor – historiador teremos um ensino
diferente, onde os alunos irão adquirir as ferramentas necessárias e
indispensáveis para a construção do conhecimento histórico.
O objetivo desse trabalho é
verificar como se dá o trabalho didático dos professores de História de 5ª e 6ª
séries da Escola Eldorado. Identificar a maneira pela qual o professor se
utiliza dos recursos didáticos para transmitir o conhecimento histórico.
Terá como base a
análise de conteúdo de Laurence Bardin. (1977). O levantamento de dados será
feito através de observação e entrevista com os professores.
2. Lócus da
Investigação
2.1 Apresentação diagnóstica com evidência nos documentos da
Escola Municipal de Ensino Fundamental Eldorado.
Aqui,
apresentaremos o perfil da Escola Eldorado, local da nossa pesquisa e uma
diagnose da mesma. A Escola acima mencionada foi fundada em 1989 com o nome
fictício de Escola Primavera, e pertencia ao estado, dois anos depois foi
registrada com o nome de Escola Estadual de Ensino Fundamental Eldorado. Em
1997, foi desmembrada do estado e trabalhou até o ano de 2003 apenas com a
autorização da 4ª Unidade Regional de Marabá.
Recebeu o ato de reconhecimento em 2004. Reconhecimento N°
406/04 CEE/PA, à Rua do Aeroporto, N° 113, km 02, Eldorado do
Carajás. A mesma é constituída de quatro pavilhões e tem uma ampla área livre
com grama, sua estrutura é em tijolos com 15 Salas de aula, 01 Biblioteca com
aproximadamente 3.700 livros selecionados em várias categorias. São 03
Banheiros, 01 Feminino, 01 Masculino e 01 dos Funcionários. 01 Quadra de
esportes coberta, 01 Cozinha, 02 Secretarias, 01 Dispensa, 02 Almoxarifados, 01
sala de professores e dois Poços.
Tem
seu corpo administrativo composto por: 01 Diretora, “Maria do Espírito Santo
Vieira da Silva” Port. N° 33/09-GP/PMEC/PA. Aut. N° 0018/09-CODOE. 01
Secretaria titular, “Maria da Conceição S. da Silva” Port. N° 64/09-GP/PMEC/PA
Aut. N° 0062/09-CODOE. 01 Professora responsável, 01 Digitador, 08 Auxiliares
de secretaria, 22 Serventes e 03 Cozinheiras. [4]
2.2 Perfil do
corpo discente da Escola Eldorado. Turmas de História.
Nome do
aluno
|
Data de
nascimento
|
Cor
|
Alcivan
Pereira da Silva
|
11-12-1998
|
Branca
|
Alefe
Junior Messias de Sousa
|
20-03-1998
|
Branca
|
Aline
Lima Silva
|
16-12-1996
|
Parda
|
André
Silva Gonzaga
|
20-05-1998
|
Negra
|
Caroline
Lemos da Silva
|
27-07-1997
|
Branca
|
Claudivan
Costa dos Santos
|
14-09-1996
|
Branca
|
Daliane
de Sá Pereira
|
08-10-1997
|
Branca
|
Daniel
Pereira da Silva
|
24-05-1996
|
Parda
|
Dayara
carvalho da Silva
|
03-10-1996
|
Branca
|
Diego
Conceição da Silva
|
03-06-1997
|
Negra
|
Diones
Conceição de Jesus
|
04-10-1998
|
Negra
|
Eduardo
Rodolfo Rodrigues da Silva
|
30-06-1997
|
Branca
|
Eduardo
Valeriano da Silva
|
14-11-1994
|
Branca
|
Joelina
Rodrigues Zerbinato
|
28-11-1993
|
Branca
|
Jusdene
Rodrigues
|
23-04-1997
|
Negra
|
Kaic
Moura Dias
|
11-04-1997
|
Branca
|
Lazaro
Lopes de Sousa
|
18-06-1993
|
Negra
|
Loislene
Godinho dos Santos
|
01-02-1998
|
Branca
|
Paulo
Henrique Silva Araújo
|
15-05-1997
|
Branca
|
Raquel
Leal Menezes
|
22-01-1996
|
Parda
|
Rômulo
Santos Lopes
|
17-07-1996
|
Negra
|
Samara
Feitosa Silva
|
29-03-1996
|
Branca
|
Adriana
Reis da Silva
|
11-02-1997
|
Branca
|
Bruno
Naiva Ferreira
|
18-04-1993
|
Branca
|
Claudiane
de Sousa Silva
|
23-08-1993
|
Negra
|
Eliezio
Silva Santos
|
02-07-1992
|
Parda
|
Gislane
Rodrigues de Andrade
|
27-07-1991
|
Branca
|
Ivonete
Ribeiro dos Santos
|
14-11-1982
|
Branca
|
Joana
Darc Santos Lopes
|
01-02-1990
|
Branca
|
João
Lopes Santos
|
21-07-1992
|
Negra
|
Leidiane
Sousa da Silva
|
17-10-1989
|
Branca
|
Natanael
Coelho Sousa
|
01-05-1980
|
Negra
|
Fonte: Secretaria da Escola de Ensino Fundamental
Eldorado.
Devido
ao número de alunos da Escola, que chegam a mais de 1.000, ficou inviável fazer
um perfil de todos os alunos. Colocamos aqui então alguns dos alunos das turmas
de História de 5ª e 6ª séries, nas quais notamos uma disparidade de idade entre
os alunos, há um distanciamento acentuado entre sua faixa etária, o que mostra
um atraso na vida escolar de alguns deles. Isso se dar pela deficiência do
sistema educacional do nosso município.
2.3 Perfil do corpo docente da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Eldorado.
Nome
|
Disc. Ministradas
|
Formação
|
Instituição
|
Neuza Maria N.Vieira
|
L. Portuguesa
|
Letras
|
UEMA
|
Aelton F. da Silva
|
Todas as disciplinas
|
N. Superior
|
UEPA
|
Roberto F.dos Santos
|
Todas as disciplinas
|
N. Superior
|
UEPA
|
Francineide L. Falcão
|
Todas as disciplinas
|
N. Superior
|
UEPA
|
Márcia C. de Almeida
|
Geografia
|
Magistério
|
E.E.M.Francilândia
|
Maria das G.Santana
|
Todas as disciplinas
|
Magistério
|
N.encontrado
|
Maria de J. A. dos Santos
|
Todas as disciplinas
|
Pedagogia
|
UNITINS
|
Manoel E. de A. Ribeiro
|
Inglês
|
Inglês
|
CCAA
|
Maria de L. P. de Sousa
|
Ciências
|
Biologia
|
URCA
|
Argemira P. de Lima
|
Todas as disciplinas
|
Magistério
|
Francilândia
|
Nathalia Silva Sousa
|
Todas as
disciplinas
|
N. Superior
|
UNITINS
|
Cícera Soares da Silva
|
Todas as
disciplinas
|
N. Superior
|
UEPA
|
Cíntia Cavalcante
|
Todas as
disciplinas
|
N. Superior
|
UNITINS
|
Cléa de N.Costa Sousa
|
Inglês
|
Médio
|
Francilândia
|
Denílton de O. Lopes
|
Ciências
|
C. Naturais
|
UEPA
|
Ediane Alves da Luz
|
Todas as
disciplinas
|
Médio
|
Francilândia
|
Edilane Martins Rego
|
Todas as
disciplinas
|
Médio
|
Francilândia
|
Edna Barbosa de Araújo
|
Todas as
disciplinas
|
Médio
|
A. Azevedo
|
Edna Santana de Sousa
|
Arte
|
Pedagogia
|
UNAMA
|
Ednalva L. da Silva
|
Todas as
disciplinas
|
Filosofia
|
FACINTER
|
Eliane dos S. Sousa
|
Todas as
disciplinas
|
N. Superior
|
UNITINS
|
Heloisa M.de Sousa
|
Religião e Arte
|
N. Superior
|
UEPA
|
Eufrosina D. M. Silva
|
Português
|
Letras
|
UEPA
|
Eurico P. da Cruz Filho
|
Matemática
|
Matemática
|
UFPA
|
Eusébio C. de Sousa
|
História
|
História
|
UFPA
|
Francisca B. Pinheiro
|
Todas as disciplinas
|
Filosofia
|
FACINTER
|
Antonia V. R. Soares
|
Arte
|
Médio
|
João Martins
|
Hozana F. Pimentel
|
Todas as disciplinas
|
Médio
|
Francilândia
|
Ildeneide Lopes da Silva
|
Português
|
Pedagogia
|
UNAMA
|
Iracilda M. de Oliveira
|
Todas as disciplinas
|
Pedagogia
|
UVA
|
Irene Gomes Pinto
|
Geografia
|
Geografia
|
UFPA
|
Isamara Santos Feitosa
|
Todas as disciplinas
|
Médio
|
A. Azevedo
|
Jane Jose Ferreira
|
Todas as disciplinas
|
Médio
|
Francilândia
|
Letícia Sousa e Sousa
|
E. Amazônicos
|
Médio
|
A. Azevedo
|
Patrícia R. da Silva
|
Matemática
|
Matemática
|
UFPA
|
Léia de Sousa e Sousa
|
Matemática
|
Matemática
|
UFPA
|
Railda Sousa Braga
|
Todas as disciplinas
|
Médio
|
M. Dantas
|
Solange G. Machado
|
Todas as disciplinas
|
Médio
|
Francilândia
|
Teresinha da C. S. Lima
|
Todas as disciplinas
|
Pedagogia
|
UNAMA
|
Solenir dos S. Sousa
|
R. E. Amazônicos
|
Médio
|
M. Dantas
|
Vanilson P. de Oliveira
|
Ed. Física
|
Médio
|
João Martins
|
Welinton V.da Silva
|
Matemática
|
Médio
|
Francilândia
|
Werqson V.da Silva
|
Historia
|
Médio
|
Francilândia
|
Sandra Maria N. Vieira
|
Geografia
|
Geografia
|
UFPA
|
Alaíde dos R. Castro e Sá
|
Biblioteca
|
Pedagogia
|
UNAMA
|
Lucimar Souto Silva
|
Historia
|
Médio
|
A.Azevedo
|
Silvania Pinheiro
|
Português
|
Letras
|
UNIASELVI
|
Cidilene de Sousa e Silva
|
Biblioteca
|
Médio
|
A. Azevedo
|
Maria Pereira de Sousa
|
Biblioteca
|
Pedagogia
|
UNAMA
|
Josilene da Silva Lima
|
Português
|
Pedagogia
|
UNAMA
|
Alessandra da S. Santos
|
Todas as disciplinas
|
Médio
|
Francilândia
|
Maria C. de Oliveira
|
Arte e Ed. Física
|
Médio
|
A.Azevedo
|
Deusimar de O. Lopes
|
Ciências
|
Biologia
|
UNIASELVI
|
Andréia Pereira Matos
|
Português
|
Pedagogia
|
UNAMA
|
Fonte: Secretaria da Escola de Ensino Fundamental
Eldorado.
O corpo discente da
Escola Eldorado é composto por 1.215 alunos distribuídos nas seguintes séries:
Série
|
Turma
|
Turno
|
T.de alunos
|
Masculino
|
Feminino
|
1 ª
série
|
A
|
Manhã
|
30
|
13
|
17
|
1 ª série
|
B
|
Manhã
|
31
|
21
|
10
|
1 ª série
|
C
|
Manhã
|
21
|
15
|
6
|
1 ª série
|
D
|
Manhã
|
23
|
13
|
10
|
1 ª série
|
E
|
Tarde
|
26
|
10
|
16
|
1 ª série
|
F
|
Tarde
|
30
|
16
|
14
|
1 ª série
|
G
|
Tarde
|
28
|
20
|
8
|
2 ª série
|
A
|
Manhã
|
22
|
14
|
8
|
2 ª série
|
B
|
Manhã
|
23
|
16
|
7
|
2 ª série
|
C
|
Manhã
|
26
|
17
|
9
|
2 ª serie
|
D
|
Tarde
|
31
|
20
|
11
|
2 ª serie
|
E
|
Tarde
|
33
|
20
|
13
|
3 ª série
|
A
|
Manhã
|
31
|
12
|
19
|
3 ª série
|
B
|
Manhã
|
35
|
21
|
14
|
3 ª série
|
C
|
Manhã
|
27
|
14
|
13
|
3 ª série
|
D
|
Tarde
|
26
|
9
|
17
|
3 ª série
|
E
|
Tarde
|
25
|
17
|
8
|
4 ª série
|
A
|
Manhã
|
32
|
18
|
14
|
4 ª série
|
B
|
Manhã
|
25
|
14
|
11
|
4 ª série
|
C
|
Manhã
|
24
|
13
|
11
|
4 ª série
|
D
|
Tarde
|
28
|
7
|
21
|
4 ª série
|
C
|
Tarde
|
25
|
12
|
13
|
5 ª série
|
A
|
Manhã
|
24
|
15
|
9
|
5 ª série
|
B
|
Manhã
|
24
|
9
|
15
|
5 ª série
|
C
|
Manhã
|
30
|
18
|
12
|
5 ª série
|
D
|
Tarde
|
30
|
12
|
18
|
5 ª série
|
E
|
Tarde
|
37
|
20
|
17
|
5 ª série
|
F
|
Tarde
|
35
|
23
|
12
|
6 ª série
|
A
|
Manhã
|
19
|
14
|
5
|
6 ª série
|
B
|
Manhã
|
21
|
11
|
10
|
6 ª série
|
C
|
Tarde
|
21
|
12
|
9
|
6 ª série
|
D
|
Tarde
|
29
|
10
|
19
|
6 ª série
|
E
|
Noite
|
28
|
14
|
14
|
7 ª série
|
A
|
Manhã
|
17
|
10
|
7
|
7 ª série
|
B
|
Tarde
|
24
|
13
|
11
|
7 ª série
|
C
|
Tarde
|
29
|
9
|
20
|
7 ª série
|
D
|
Noite
|
32
|
13
|
19
|
8 ª série
|
A
|
Manhã
|
18
|
7
|
11
|
8 ª série
|
B
|
Tarde
|
37
|
14
|
23
|
8 ª série
|
C
|
Noite
|
30
|
14
|
16
|
Fonte:
Secretaria da Escola Municipal de Ensino Fundamental Eldorado.
3. Análise dos dados
Após a nossa pesquisa, e a análise dos
dados coletados, podemos observar que a didática dos professores de História de
5ª e 6ª séries da Escola Eldorado, não corresponde ao exigido pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais. Estes exigem que o ensino de História seja promovido de
forma a despertar no aluno o interesse pelo desconhecido, que influencie a
reflexão e a pesquisa, com o objetivo de levá-lo a criar seus próprios
conceitos. Um aluno capaz de desenvolver um senso crítico de sua visão de
mundo, visto que o conhecimento histórico, como área científica tem
influenciado o ensino e afetado os conteúdos e os métodos tradicionais de
aprendizagem (PCN, H-G. p.31), buscamos então levantar através desse trabalho,
informações de como está sendo feito a transmissão do ensino de História aos
alunos, das séries acima mencionadas, verificando a didática desses
professores.
Um dos fatores que nos preocupam é o
fato de os professores pesquisados não ter a disponibilidade para o preparo das
aulas. Suas aulas não possuem atrativos para prender a atenção dos alunos, e
nesse caso tornam-se escravos do livro didático usando-o com a finalidade de
reproduzir aquilo que nele foi escrito. Em síntese, o livro didático deve ser
compreendido apenas como um elemento do processo de ensino-aprendizagem
escolar. O seu efeito real, positivo ou negativo, não está apenas no seu
conteúdo, mas também no modo de utilizá-lo[5]. O
livro didático deve ser usado apenas como um auxiliar do professor em seu
processo de ensino, não como autoridade científica nesse processo.
Não encontramos nesses professores a
preocupação com a qualidade do ensino, visto que os mesmos não diversificam o
método didático na apresentação do conteúdo da disciplina de História.
E a situação torna-se mais grave ao
notarmos que não há nenhum vestígio de conteúdo elaborado pelos professores
pesquisados. Há uma total falta de interação professor versus alunos. O
professor de História não pode restringir-se a sala de aula, precisa inovar, em
sua didática, levando o aluno a ter interesse pelo conteúdo ensinado. Notamos que a falta de interação da
História ensinada na escola com o cotidiano, é um dos fatores que leva ao
distanciamento dos alunos com a aprendizagem. Daí a necessidade de vincular os
conteúdos discutidos em sala com o dia-a-dia dos discentes, trabalhando uma
História próxima da vida dos estudantes, da qual eles se identifiquem. Pra melhorar as aulas em sala o professor
deve diversificar sua metodologia e usar temas transversais que chamem a
atenção do aluno para o objeto de estudo de maneira a conquistar sua atenção
para as aulas ministradas. Coloca-se aí como exemplo, o uso de material
didático diferenciado tais como: filmes que aborde o tema discutido e, ou
documentários de acordo com aquilo que se pretende ensinar.
Para se superar as deficiências no
ensino de História da Escola Eldorado e, ou minimizá-las, os professores devem
de acordo o nosso estudo, dinamizar suas aulas levando o aluno a experimentar a
sensação do aprendizado em aulas extra classe, levando o alunado a ter uma aula
prática voltada para sua realidade, como já mencionamos é preciso ter essa
relação com o cotidiano do aluno. È de suma importância também a questão da
qualificação dos professores e o compromisso destes com a educação, pois ambos
estão intercalados com sistemas sociais, políticos, econômicos e culturais. [6]
Ao analisarmos as
entrevistas realizadas com os professores pesquisados notamos uma discrepância
entre aquilo que foi respondido e aquilo que é apresentado em sala de aula. O
que notamos com nossa observação, é que o livro didático é o único instrumento
- como já dissemos, em uso regular com os alunos para o processo de transmissão
do conhecimento histórico.
Durante nossa entrevista uma professora de História ao ser questionada
sobre saber científico e saber escolar “procuro simplificar no máximo possível
a compreensão do conteúdo a ser trabalhado”. Na verdade o que notamos é que as
aulas nas séries pesquisadas seguem o mesmo padrão, o aluno ler o livro
didático um após o outro, e depois tenta responder as atividades propostas pelo
próprio livro.
Não
detectamos até aqui nenhum preocupação dos professores para tentar melhorar a
qualidade de suas aulas, ou mesmo adaptar as atividades propostas pelo livro à
realidade de seus alunos.
4. Conceituando saber científico e saber
escolar
O saber científico está
associado à vida acadêmica, embora nem toda produção acadêmica represente um
saber científico. Trata se de um saber criado nas universidades e nos
institutos de pesquisas, mas que não está necessariamente vinculado ao ensino
básico. Sua natureza é diferente do saber escolar. Podemos destacar a
existência de uma diferença entre a linguagem empregada no texto científico e
escolar. A questão que se coloca diante deste panorama da História ensinada é
que o fundamento científico da História foi raramente ressaltado na sala de
aula, não se constituindo na base da organização dos conteúdos do conhecimento
histórico a serem trabalhados na sala de aula. [7]
Para
análise dos saberes escolares é necessário que se coloque o problema de
linguagem. Se, por um lado, o saber científico é registrado por uma linguagem
codificada, o saber escolar não deve ser ensinado nessa forma, tal como se
encontram redigidos nos textos e relatórios técnicos. A desconsideração desse
aspecto favorece a transformação da linguagem em uma dificuldade adicional.
Assim,
a linguagem é considerada como um elemento que interfere diretamente no sistema
didático, pois guarda uma relação direta com o fenômeno cognitivo. A
formalização precipitada do saber escolar, por vezes, através de uma linguagem
carregada de símbolos e códigos, se constitui em uma possível fonte de
dificuldade para a aprendizagem. O saber escolar representa o conjunto
dos conteúdos previsto na estrutura curricular das várias disciplinas escolares
valorizadas no contexto da história da educação. O que se evidencia com o
caráter histórico do conhecimento científico e a constatação da sua diversidade
é que a ciência não se define como dado, mas como construção intelectual[8].
Segundo Knauss, resulta daí que o conhecimento científico se sustenta na sua
capacidade de demonstração lógica. São as operações lógicas do pensamento
científico que delimitam a validade da afirmação dessa forma específica de
conhecimento (Knauss, 2005). Em seguida, ocorrem várias mudanças, não só no
conteúdo, como em vários outros elementos do sistema didático. A partir do surgimento
desses recursos, surgem também as criações didáticas que fornecem o
essencial da intenção de ensino da disciplina. Nessa etapa, predomina uma forma
direcionada para o trabalho do professor.
Nessa
perspectiva, enquanto o saber acadêmico está vinculado à descoberta da ciência,
o trabalho docente envolve simulações dessa descoberta. Enquanto o saber
científico é apresentado através de artigos, teses, livros e relatórios; o saber
escolar é apresentado através de livros didáticos, programas e de outros
materiais.
O
processo de ensino leva finalmente ao saber ensinado, que é aquele
registrado no plano de aula do professor e que não coincide necessariamente com
a intenção prevista nos objetivos programados. A análise do saber ensinado
coloca em evidência os desafios da metodologia de ensino, a qual não pode ser
dissociada da análise dos valores e dos objetivos da aprendizagem.
Por
outro lado, não há garantia de que, no plano individual, o conteúdo aprendido
pelo aluno corresponda exatamente ao conteúdo ensinado pelo professor. Assim,
pode-se
chegar a conclusões distantes da proposta inicial e que, em casos extremos,
permanecem apenas vestígios da intenção original. Por esta razão, o conteúdo
escolar não pode ser concebido apenas como uma simplificação do saber
científico. Finalmente, enquanto o saber científico é validado pelos paradigmas
da área, o saber escolar está sob o controle de um conjunto de regras que condiciona
as relações entre professor, aluno e saber.
Ao
analisarmos as entrevistas realizadas com os professores pesquisados notamos
uma discrepância entre aquilo que foi respondido e aquilo que é apresentado em
sala de aula. O que notamos com nossa observação, é que o livro didático é o
único instrumento - como já dissemos, em uso regular com os alunos para o
processo de transmissão do conhecimento histórico.
Durante nossa entrevista uma professora de História ao ser questionada
sobre saber científico e saber escolar ela respondeu: “procuro simplificar no
máximo possível a compreensão do conteúdo a ser trabalhado”.[9] Na
verdade o que notamos é que as aulas nas séries pesquisadas seguem o mesmo
padrão, o aluno ler o livro didático um após o outro, e depois tenta responder
as atividades propostas pelo próprio livro.
Não
detectamos até aqui nenhum preocupação dos professores para tentar melhorar a
qualidade de suas aulas, ou mesmo adaptar as atividades propostas pelo livro à
realidade de seus alunos.
5. Conclusão
Ao concluirmos nosso trabalho,
notamos que a educação do nosso município está necessitando de novos métodos,
visto que estes que agora estão sendo usados não são satisfatórios nem
estimulam a curiosidade e nem desenvolve o cognitivo dos alunos. Verificamos
ainda que há uma falta muito de grande professores com formação específica, o
que não resolveria o problema mas que certamente melhoraria a qualidade do
ensino.
Sabemos que só formação não é suficiente. Pois é necessário compromisso
com o trabalho para a melhoria da qualidade da educação. O
momento exige um posicionamento diante de qual História queremos ensinar, sendo
que este se faz através do ensino e de sua difusão, em direção de um
conhecimento crítico e reflexivo.
Concluímos então que todos os envolvidos direto no processo de ensino
tem que repensar suas práticas didáticas, e suas posturas. Os professores da
Escola de Ensino Fundamental Eldorado deve-se aperfeiçoarem com dedicação desde
o planejamento da aula até sua ação, repensando sua concepção de história e sua
relação com os discentes.
Referências
Bibliográficas
BARDIN, Laurence. (1977). Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70
KNAUSS, Paulo. O
desafio da ciência: modelos científicos no ensino de História. Cad. Cedes,
Campinas, vol. 25, nº. 67, p. 279-295, set-dez. 2005
PCN, Parâmetros Curriculares Nacionais. História,
Geografia-Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: MEC/SEF, 1997.
SOBRINHA, Artemisa Cunha. Revista Homem, Espaço e Tempo,
março 2009.
REIS, Carlos Eduardo dos. Entre o
Ensino e a Pesquisa: novos problemas na formação e na prática do profissional
de história. In: História & Perspectivas, Nº.
18\19 – 1998 – Uberlândia. p. 182.
LIMA, Sandra Cristina Fagundes de. O
Livro Didático de História Instrumento de Trabalho ou Autoridade “Científica”?
In: História & Perspectivas, Nº.
18\19 – 1998– Uberlândia.
6. Anexos
Imagem 1
Imagem 2[10]
Imagem 3[11]
Imagem 4[12]
Imagem 5[13]
Fonte: Secretaria da Escola Municipal de Ensino
Fundamental Eldorado.
Fonte: Secretaria da Escola Municipal de Ensino
Fundamental Eldorado.
[1]
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70 (1977)
[2] PAULO, Knauss. Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, n. 67,
p. 279-295, set/dez. 2005.
[3] REIS, Carlos Eduardo dos. Entre o Ensino e a Pesquisa: novos
problemas na formação e na prática do
profissional
de história. In: História & Perspectivas, Nº.
18\19 – 1998 – Uberlândia. p. 182.
[5] Basso,
Itacy Salgado. As Concepções de História como Mediadoras da Prática Pedagógica
do Professor de História. Didática, São
Paulo, 25: 01-10, 1989.
[6]
SOBRINHA, Artemísia Cunha, Revista Homem, Espaço e Tempo, março -
2009
[7] KNAUSS, Paulo
- Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, nº. 67, pp. 279-295, set-dez. 2005
[8] ORTEGA y
Gasset, J. In. O desafio da ciência: Modelos científicos no ensino de História.
Knauss, Paulo Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, nº. 67, p. 286, set-dez. 2005.
[9] Citação
da professora de História de 5ª e 6ª séries da Escola Municipal de Ensino
Fundamental Eldorado.
[10]
Pavilhão esquerdo e pavilhão direito
[11]
Laboratório de informática e biblioteca
[12] Quadra
de esporte coberta
[13] Vista
parcial do pavilhão central da Escola