quarta-feira, 8 de junho de 2016

A DIDÁTICA DO PROFESSOR DE HISTÓRIA



 


                                                                                 

                         UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE DE HISTÓRIA – PÓLO PARAUAPEBAS
















A DIDÁTICA DO PROFESSOR DE HISTÓRIA





















Parauapebas-2009

















A DIDÁTICA DO PROFESSOR DE HISTÓRIA DE 5ª E 6ª SÉRIES DA ESCOLA ELDORADO



ALUNOS: Luis da S. Pereira e Manoel Oliveira da Silva













Parauapebas-2009

SUMÁRIO


1.Introdução.................................................................................................................. 03

2.Lócus da investigação.................................................................................................05

2.1 Apresentação diagnóstica com evidência nos documentos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Eldorado...................................................................................... 05

2.2 Apresentar o perfil dos alunos................................................................................ 05

2.3 Apresentar o perfil do corpo docente...................................................................... 07

3. Análise dos dados..................................................................................................... 09

4. Conceituando saber científico e saber escolar.......................................................... 11

5. Conclusão................................................................................................................. 13

5. Referências............................................................................................................... 14

6. Anexos...................................................................................................................... 15











1. Introdução
        
         O presente trabalho pretende fazer uma abordagem acerca do “Ensino de História de 5ª e 6ª séries da Escola Municipal de Ensino Fundamental Eldorado, refletindo a didática de ensino na sala de aula e a relação aluno e professor”. A nossa fundamentação teórica está embasada na análise de conteúdo de Laurence Bardin, [1] onde a autora diz ser “[...] um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens indicadores que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção de variadas mensagens”. E no que diz Paulo Knauss[2] em relação ao conhecimento comum: “O conhecimento comum raramente é consciente de seus limites, adequando-se a situações invariáveis, colocando-se na dependência de fatores constantes, o que caracteriza sua restrição”. Usaremos Paulo Knauss para conceituar saber científico e saber escolar dentro de nossa proposta de pesquisa.
         Como problema, levantamos pontos essenciais para o desinteresse dos alunos e analisamos possíveis soluções para superação desse desafio.
         O objeto de nossa pesquisa é a didática e a relação do professor com o livro didático, que parece ser o seu único objeto de ensino, e buscar alternativas para a melhoria na qualidade do ensino com o intuito de uma aprendizagem satisfatória,                           atentando para um repensar da prática docente e uma discussão do papel do professor enquanto sujeito ativo na construção do conhecimento. Sabe-se que para se ensinar qualquer que seja a disciplina não existe uma “receita pronta”, o que se sabe realmente é que, é fundamental que o professor conheça diversas possibilidades para trabalhar em sala de aula. As recentes discussões a respeito da educação nos alertam para a necessidade de se reavaliar a formação dos profissionais envolvidos com a educação e a exigência de um repensar da prática educacional.. [3]
         Especificamente buscou-se analisar a realidade do ensino de História no ensino Fundamental da Escola Eldorado; buscar caminhos para facilitar a aprendizagem, sendo possível sugerir a interação dos conteúdos das aulas de História com o cotidiano dos alunos, pois se acredita ser um ponto crucial no embasamento da disciplina.
         Discute-se a didática do professor de História e a relação com o livro didático, dando ênfase ao trabalho do professor em sala de aula, que utiliza o livro como instrumento que auxilia na prática docente, ressaltando o papel do professor, de História. Este professor precisa repensar de forma urgente sua concepção de História, suas metodologias, seus valores e sua relação com os discentes e o livro didático.          A formação dos professores é também apontada como desafio, já que em termo geral eles não dispõem de condições sejam elas pessoais ou materiais, para uma formação continuada ou curso de aperfeiçoamento na área.
         Articulando que a formação de um profissional de História deve está voltada para as mais variadas áreas de atuação, tem que ser investida e tratada numa concepção de Universidade, que analise o ensino como pesquisa e experimentação. E finalizando, tem se norteado o “fazer História” na sala de aula, que nos mostra algumas sugestões para termos boas aulas de História, colocando a necessidade de repensar o papel do professor enquanto sujeito capaz de agir e refletir sobre sua prática, admitindo que quando o professor procurar responder verdadeiramente as questões que o interrogam no seu íntimo, tais como o que faz ali, qual é o seu lugar, onde pretende chegar, qual seu papel como professor – historiador teremos um ensino diferente, onde os alunos irão adquirir as ferramentas necessárias e indispensáveis para a construção do conhecimento histórico.
O objetivo desse trabalho é verificar como se dá o trabalho didático dos professores de História de 5ª e 6ª séries da Escola Eldorado. Identificar a maneira pela qual o professor se utiliza dos recursos didáticos para transmitir o conhecimento histórico. 
  Terá como base a análise de conteúdo de Laurence Bardin. (1977). O levantamento de dados será feito através de observação e entrevista com os professores.








2. Lócus da Investigação
2.1 Apresentação diagnóstica com evidência nos documentos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Eldorado.

         Aqui, apresentaremos o perfil da Escola Eldorado, local da nossa pesquisa e uma diagnose da mesma. A Escola acima mencionada foi fundada em 1989 com o nome fictício de Escola Primavera, e pertencia ao estado, dois anos depois foi registrada com o nome de Escola Estadual de Ensino Fundamental Eldorado. Em 1997, foi desmembrada do estado e trabalhou até o ano de 2003 apenas com a autorização da 4ª Unidade Regional de Marabá.
         Recebeu o ato de reconhecimento em 2004. Reconhecimento N° 406/04 CEE/PA, à Rua do Aeroporto, N° 113, km 02, Eldorado do Carajás. A mesma é constituída de quatro pavilhões e tem uma ampla área livre com grama, sua estrutura é em tijolos com 15 Salas de aula, 01 Biblioteca com aproximadamente 3.700 livros selecionados em várias categorias. São 03 Banheiros, 01 Feminino, 01 Masculino e 01 dos Funcionários. 01 Quadra de esportes coberta, 01 Cozinha, 02 Secretarias, 01 Dispensa, 02 Almoxarifados, 01 sala de professores e dois Poços.
         Tem seu corpo administrativo composto por: 01 Diretora, “Maria do Espírito Santo Vieira da Silva” Port. N° 33/09-GP/PMEC/PA. Aut. N° 0018/09-CODOE. 01 Secretaria titular, “Maria da Conceição S. da Silva” Port. N° 64/09-GP/PMEC/PA Aut. N° 0062/09-CODOE. 01 Professora responsável, 01 Digitador, 08 Auxiliares de secretaria, 22 Serventes e 03 Cozinheiras. [4]

2.2 Perfil do corpo discente da Escola Eldorado. Turmas de História.

Nome do aluno
Data de nascimento
Cor
Alcivan Pereira da Silva
11-12-1998
Branca
Alefe Junior Messias de Sousa
20-03-1998
Branca
Aline Lima Silva
16-12-1996
Parda
André Silva Gonzaga
20-05-1998
Negra
Caroline Lemos da Silva
27-07-1997
Branca
Claudivan Costa dos Santos
14-09-1996
Branca
Daliane de Sá Pereira
08-10-1997
Branca
Daniel Pereira da Silva
24-05-1996
Parda
Dayara carvalho da Silva
03-10-1996
Branca
Diego Conceição da Silva
03-06-1997
Negra
Diones Conceição de Jesus
04-10-1998
Negra
Eduardo Rodolfo Rodrigues da Silva
30-06-1997
Branca
Eduardo Valeriano da Silva
14-11-1994
Branca
Joelina Rodrigues Zerbinato
28-11-1993
Branca
Jusdene Rodrigues
23-04-1997
Negra
Kaic Moura Dias
11-04-1997
Branca
Lazaro Lopes de Sousa
18-06-1993
Negra
Loislene Godinho dos Santos
01-02-1998
Branca
Paulo Henrique Silva Araújo
15-05-1997
Branca
Raquel Leal Menezes
22-01-1996
Parda
Rômulo Santos Lopes
17-07-1996
Negra
Samara Feitosa Silva
29-03-1996
Branca
Adriana Reis da Silva
11-02-1997
Branca
Bruno Naiva Ferreira
18-04-1993
Branca
Claudiane de Sousa Silva
23-08-1993
Negra
Eliezio Silva Santos
02-07-1992
Parda
Gislane Rodrigues de Andrade
27-07-1991
Branca
Ivonete Ribeiro dos Santos
14-11-1982
Branca
Joana Darc Santos Lopes
01-02-1990
Branca
João Lopes Santos
21-07-1992
Negra
Leidiane Sousa da Silva
17-10-1989
Branca
Natanael Coelho Sousa
01-05-1980
Negra

Fonte: Secretaria da Escola de Ensino Fundamental Eldorado.


         Devido ao número de alunos da Escola, que chegam a mais de 1.000, ficou inviável fazer um perfil de todos os alunos. Colocamos aqui então alguns dos alunos das turmas de História de 5ª e 6ª séries, nas quais notamos uma disparidade de idade entre os alunos, há um distanciamento acentuado entre sua faixa etária, o que mostra um atraso na vida escolar de alguns deles. Isso se dar pela deficiência do sistema educacional do nosso município.




2.3 Perfil do corpo docente da Escola Municipal de Ensino Fundamental Eldorado.
Nome
Disc. Ministradas
Formação
Instituição
Neuza Maria N.Vieira
L. Portuguesa
Letras
UEMA
Aelton F. da Silva
Todas as disciplinas
N. Superior
UEPA
Roberto F.dos Santos
Todas as disciplinas
N. Superior
UEPA
Francineide L. Falcão
Todas as disciplinas
N. Superior
UEPA
Márcia C. de Almeida
Geografia
Magistério
E.E.M.Francilândia
Maria das G.Santana
Todas as disciplinas
Magistério
N.encontrado
Maria de J. A. dos Santos
Todas as disciplinas
Pedagogia
UNITINS
Manoel E. de A. Ribeiro
Inglês
Inglês
CCAA
Maria de L. P. de Sousa
Ciências
Biologia
URCA
Argemira P. de Lima
Todas as disciplinas
Magistério
Francilândia
Nathalia Silva Sousa
Todas as disciplinas
N. Superior
UNITINS
Cícera Soares da Silva
Todas as disciplinas
N. Superior
UEPA
Cíntia Cavalcante
Todas as disciplinas
N. Superior
UNITINS
Cléa de N.Costa Sousa
Inglês
Médio
Francilândia
Denílton de O. Lopes
Ciências
C. Naturais
UEPA
Ediane Alves da Luz
Todas as disciplinas
Médio
Francilândia
Edilane Martins Rego
Todas as disciplinas
Médio
Francilândia
Edna Barbosa de Araújo
Todas as disciplinas
Médio
A. Azevedo
Edna Santana de Sousa
Arte
Pedagogia
UNAMA
Ednalva L. da Silva
Todas as disciplinas
Filosofia
FACINTER
Eliane dos S. Sousa
Todas as disciplinas
N. Superior
UNITINS
Heloisa M.de Sousa
Religião e Arte
N. Superior
UEPA
Eufrosina D. M. Silva
Português
Letras
UEPA
Eurico P. da Cruz Filho
Matemática
Matemática
UFPA
Eusébio C. de Sousa
História
História
UFPA
Francisca B. Pinheiro
Todas as disciplinas
Filosofia
FACINTER
Antonia V. R. Soares
Arte
Médio
João Martins
Hozana F. Pimentel
Todas as disciplinas
Médio
Francilândia
Ildeneide Lopes da Silva
Português
Pedagogia
UNAMA
Iracilda M. de Oliveira
Todas as disciplinas
Pedagogia
UVA
Irene Gomes Pinto
Geografia
Geografia
UFPA
Isamara Santos Feitosa
Todas as disciplinas
Médio
A. Azevedo
Jane Jose Ferreira
Todas as disciplinas
Médio
Francilândia
Letícia Sousa e Sousa
E. Amazônicos
Médio
A. Azevedo
Patrícia R. da Silva
Matemática
Matemática
UFPA
Léia de Sousa e Sousa
Matemática
Matemática
UFPA
Railda Sousa Braga
Todas as disciplinas
Médio
M. Dantas
Solange G. Machado
Todas as disciplinas
Médio
Francilândia
Teresinha da C. S. Lima
Todas as disciplinas
Pedagogia
UNAMA
Solenir dos S. Sousa
R. E. Amazônicos
Médio
M. Dantas
Vanilson P. de Oliveira
Ed. Física
Médio
João Martins
Welinton V.da Silva
Matemática
Médio
Francilândia
Werqson V.da Silva
Historia
Médio
Francilândia
Sandra Maria N. Vieira
Geografia
Geografia
UFPA
Alaíde dos R. Castro e Sá
Biblioteca
Pedagogia
UNAMA
Lucimar Souto Silva
Historia
Médio
A.Azevedo
Silvania Pinheiro
 Português
Letras
UNIASELVI
Cidilene de Sousa e Silva
Biblioteca
Médio
A. Azevedo
Maria Pereira de Sousa
Biblioteca
Pedagogia
UNAMA
Josilene da Silva Lima
Português
Pedagogia
UNAMA
Alessandra da S. Santos
Todas as disciplinas
Médio
Francilândia
Maria C. de Oliveira
Arte e Ed. Física
Médio
A.Azevedo
Deusimar de O. Lopes
Ciências
Biologia
UNIASELVI
Andréia Pereira Matos
Português 
Pedagogia
UNAMA
Fonte: Secretaria da Escola de Ensino Fundamental Eldorado.

         O corpo discente da Escola Eldorado é composto por 1.215 alunos distribuídos nas seguintes séries:


Série
Turma
Turno
T.de alunos
Masculino
Feminino
1 ª série
A
Manhã
30
13
17
1 ª série
B
Manhã
31
21
10
1 ª série
C
Manhã
21
15
6
1 ª série
D
Manhã
23
13
10
1 ª série
E
Tarde
26
10
16
1 ª série
F
Tarde
30
16
14
1 ª série
G
Tarde
28
20
8
2 ª série
A
Manhã
22
14
8
2 ª série
B
Manhã
23
16
7
2 ª série
C
Manhã
26
17
9
2 ª serie
D
Tarde
31
20
11
2 ª serie
E
Tarde
33
20
13
3 ª série
A
Manhã
31
12
19
3 ª série
B
Manhã
35
21
14
3 ª série
C
Manhã
27
14
13
3 ª série
D
Tarde
26
9
17
3 ª série
E
Tarde
25
17
8
4 ª série
A
Manhã
32
18
14
4 ª série
B
Manhã
25
14
11
4 ª série
C
Manhã
24
13
11
4 ª série
D
Tarde
28
7
21
4 ª série
C
Tarde
25
12
13
5 ª série
A
Manhã
24
15
9
5 ª série
B
Manhã
24
9
15
5 ª série
C
Manhã
30
18
12
5 ª série
D
Tarde
30
12
18
5 ª série
E
Tarde
37
20
17
5 ª série
F
Tarde
35
23
12
6 ª série
A
Manhã
19
14
5
6 ª série
B
Manhã
21
11
10
6 ª série
C
Tarde
21
12
9
6 ª série
D
Tarde
29
10
19
6 ª série
E
Noite
28
14
14
7 ª série
A
Manhã
17
10
7
7 ª série
B
Tarde
24
13
11
7 ª série
C
Tarde
29
9
20
7 ª série
D
Noite
32
13
19
8 ª série
A
Manhã
18
7
11
8 ª série
B
Tarde
37
14
23
8 ª série
C
Noite
30
14
16
 Fonte: Secretaria da Escola Municipal de Ensino Fundamental Eldorado.

3. Análise dos dados

         Após a nossa pesquisa, e a análise dos dados coletados, podemos observar que a didática dos professores de História de 5ª e 6ª séries da Escola Eldorado, não corresponde ao exigido pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Estes exigem que o ensino de História seja promovido de forma a despertar no aluno o interesse pelo desconhecido, que influencie a reflexão e a pesquisa, com o objetivo de levá-lo a criar seus próprios conceitos. Um aluno capaz de desenvolver um senso crítico de sua visão de mundo, visto que o conhecimento histórico, como área científica tem influenciado o ensino e afetado os conteúdos e os métodos tradicionais de aprendizagem (PCN, H-G. p.31), buscamos então levantar através desse trabalho, informações de como está sendo feito a transmissão do ensino de História aos alunos, das séries acima mencionadas, verificando a didática desses professores.
         Um dos fatores que nos preocupam é o fato de os professores pesquisados não ter a disponibilidade para o preparo das aulas. Suas aulas não possuem atrativos para prender a atenção dos alunos, e nesse caso tornam-se escravos do livro didático usando-o com a finalidade de reproduzir aquilo que nele foi escrito. Em síntese, o livro didático deve ser compreendido apenas como um elemento do processo de ensino-aprendizagem escolar. O seu efeito real, positivo ou negativo, não está apenas no seu conteúdo, mas também no modo de utilizá-lo[5]. O livro didático deve ser usado apenas como um auxiliar do professor em seu processo de ensino, não como autoridade científica nesse processo.
         Não encontramos nesses professores a preocupação com a qualidade do ensino, visto que os mesmos não diversificam o método didático na apresentação do conteúdo da disciplina de História.
         E a situação torna-se mais grave ao notarmos que não há nenhum vestígio de conteúdo elaborado pelos professores pesquisados. Há uma total falta de interação professor versus alunos. O professor de História não pode restringir-se a sala de aula, precisa inovar, em sua didática, levando o aluno a ter interesse pelo conteúdo ensinado.            Notamos que a falta de interação da História ensinada na escola com o cotidiano, é um dos fatores que leva ao distanciamento dos alunos com a aprendizagem. Daí a necessidade de vincular os conteúdos discutidos em sala com o dia-a-dia dos discentes, trabalhando uma História próxima da vida dos estudantes, da qual eles se identifiquem.            Pra melhorar as aulas em sala o professor deve diversificar sua metodologia e usar temas transversais que chamem a atenção do aluno para o objeto de estudo de maneira a conquistar sua atenção para as aulas ministradas. Coloca-se aí como exemplo, o uso de material didático diferenciado tais como: filmes que aborde o tema discutido e, ou documentários de acordo com aquilo que se pretende ensinar.
         Para se superar as deficiências no ensino de História da Escola Eldorado e, ou minimizá-las, os professores devem de acordo o nosso estudo, dinamizar suas aulas levando o aluno a experimentar a sensação do aprendizado em aulas extra classe, levando o alunado a ter uma aula prática voltada para sua realidade, como já mencionamos é preciso ter essa relação com o cotidiano do aluno. È de suma importância também a questão da qualificação dos professores e o compromisso destes com a educação, pois ambos estão intercalados com sistemas sociais, políticos, econômicos e culturais. [6]
                  Ao analisarmos as entrevistas realizadas com os professores pesquisados notamos uma discrepância entre aquilo que foi respondido e aquilo que é apresentado em sala de aula. O que notamos com nossa observação, é que o livro didático é o único instrumento - como já dissemos, em uso regular com os alunos para o processo de transmissão do conhecimento histórico.
         Durante nossa entrevista uma professora de História ao ser questionada sobre saber científico e saber escolar “procuro simplificar no máximo possível a compreensão do conteúdo a ser trabalhado”. Na verdade o que notamos é que as aulas nas séries pesquisadas seguem o mesmo padrão, o aluno ler o livro didático um após o outro, e depois tenta responder as atividades propostas pelo próprio livro.
         Não detectamos até aqui nenhum preocupação dos professores para tentar melhorar a qualidade de suas aulas, ou mesmo adaptar as atividades propostas pelo livro à realidade de seus alunos.

          
4. Conceituando saber científico e saber escolar

         O saber científico está associado à vida acadêmica, embora nem toda produção acadêmica represente um saber científico. Trata se de um saber criado nas universidades e nos institutos de pesquisas, mas que não está necessariamente vinculado ao ensino básico. Sua natureza é diferente do saber escolar. Podemos destacar a existência de uma diferença entre a linguagem empregada no texto científico e escolar. A questão que se coloca diante deste panorama da História ensinada é que o fundamento científico da História foi raramente ressaltado na sala de aula, não se constituindo na base da organização dos conteúdos do conhecimento histórico a serem trabalhados na sala de aula. [7]  
         Para análise dos saberes escolares é necessário que se coloque o problema de linguagem. Se, por um lado, o saber científico é registrado por uma linguagem codificada, o saber escolar não deve ser ensinado nessa forma, tal como se encontram redigidos nos textos e relatórios técnicos. A desconsideração desse aspecto favorece a transformação da linguagem em uma dificuldade adicional.
         Assim, a linguagem é considerada como um elemento que interfere diretamente no sistema didático, pois guarda uma relação direta com o fenômeno cognitivo. A formalização precipitada do saber escolar, por vezes, através de uma linguagem carregada de símbolos e códigos, se constitui em uma possível fonte de dificuldade para a aprendizagem. O saber escolar representa o conjunto dos conteúdos previsto na estrutura curricular das várias disciplinas escolares valorizadas no contexto da história da educação. O que se evidencia com o caráter histórico do conhecimento científico e a constatação da sua diversidade é que a ciência não se define como dado, mas como construção intelectual[8]. Segundo Knauss, resulta daí que o conhecimento científico se sustenta na sua capacidade de demonstração lógica. São as operações lógicas do pensamento científico que delimitam a validade da afirmação dessa forma específica de conhecimento (Knauss, 2005). Em seguida, ocorrem várias mudanças, não só no conteúdo, como em vários outros elementos do sistema didático. A partir do surgimento desses recursos, surgem também as criações didáticas que fornecem o essencial da intenção de ensino da disciplina. Nessa etapa, predomina uma forma direcionada para o trabalho do professor.
         Nessa perspectiva, enquanto o saber acadêmico está vinculado à descoberta da ciência, o trabalho docente envolve simulações dessa descoberta. Enquanto o saber científico é apresentado através de artigos, teses, livros e relatórios; o saber escolar é apresentado através de livros didáticos, programas e de outros materiais.
         O processo de ensino leva finalmente ao saber ensinado, que é aquele registrado no plano de aula do professor e que não coincide necessariamente com a intenção prevista nos objetivos programados. A análise do saber ensinado coloca em evidência os desafios da metodologia de ensino, a qual não pode ser dissociada da análise dos valores e dos objetivos da aprendizagem.
         Por outro lado, não há garantia de que, no plano individual, o conteúdo aprendido pelo aluno corresponda exatamente ao conteúdo ensinado pelo professor. Assim, pode-se chegar a conclusões distantes da proposta inicial e que, em casos extremos, permanecem apenas vestígios da intenção original. Por esta razão, o conteúdo escolar não pode ser concebido apenas como uma simplificação do saber científico. Finalmente, enquanto o saber científico é validado pelos paradigmas da área, o saber escolar está sob o controle de um conjunto de regras que condiciona as relações entre professor, aluno e saber.
         Ao analisarmos as entrevistas realizadas com os professores pesquisados notamos uma discrepância entre aquilo que foi respondido e aquilo que é apresentado em sala de aula. O que notamos com nossa observação, é que o livro didático é o único instrumento - como já dissemos, em uso regular com os alunos para o processo de transmissão do conhecimento histórico.
         Durante nossa entrevista uma professora de História ao ser questionada sobre saber científico e saber escolar ela respondeu: “procuro simplificar no máximo possível a compreensão do conteúdo a ser trabalhado”.[9] Na verdade o que notamos é que as aulas nas séries pesquisadas seguem o mesmo padrão, o aluno ler o livro didático um após o outro, e depois tenta responder as atividades propostas pelo próprio livro.
         Não detectamos até aqui nenhum preocupação dos professores para tentar melhorar a qualidade de suas aulas, ou mesmo adaptar as atividades propostas pelo livro à realidade de seus alunos.


5. Conclusão
         Ao concluirmos nosso trabalho, notamos que a educação do nosso município está necessitando de novos métodos, visto que estes que agora estão sendo usados não são satisfatórios nem estimulam a curiosidade e nem desenvolve o cognitivo dos alunos. Verificamos ainda que há uma falta muito de grande professores com formação específica, o que não resolveria o problema mas que certamente melhoraria a qualidade do ensino.
         Sabemos que só formação não é suficiente. Pois é necessário compromisso com o trabalho para a melhoria da qualidade da educação. O momento exige um posicionamento diante de qual História queremos ensinar, sendo que este se faz através do ensino e de sua difusão, em direção de um conhecimento crítico e reflexivo.
         Concluímos então que todos os envolvidos direto no processo de ensino tem que repensar suas práticas didáticas, e suas posturas. Os professores da Escola de Ensino Fundamental Eldorado deve-se aperfeiçoarem com dedicação desde o planejamento da aula até sua ação, repensando sua concepção de história e sua relação com os discentes.







Referências Bibliográficas

BARDIN, Laurence. (1977). Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70
KNAUSS, Paulo. O desafio da ciência: modelos científicos no ensino de História. Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, nº. 67, p. 279-295, set-dez. 2005
PCN, Parâmetros Curriculares Nacionais. História, Geografia-Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: MEC/SEF, 1997.
SOBRINHA, Artemisa Cunha. Revista Homem, Espaço e Tempo, março 2009.
REIS, Carlos Eduardo dos. Entre o Ensino e a Pesquisa: novos problemas na formação e na prática do profissional de história. In: História & Perspectivas, Nº. 18\19 – 1998 – Uberlândia. p. 182.
LIMA, Sandra Cristina Fagundes de. O Livro Didático de História Instrumento de Trabalho ou Autoridade “Científica”? In: História & Perspectivas, Nº. 18\19 – 1998– Uberlândia.





















6. Anexos

Imagem 1                                                                                Imagem  2[10]

Imagem  3[11]


Imagem 4[12]



















Imagem 5[13]
Fonte: Secretaria da Escola Municipal de Ensino Fundamental Eldorado.




Fonte:  Secretaria da Escola Municipal de Ensino Fundamental Eldorado.





[1] BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70 (1977)
[2] PAULO, Knauss. Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, n. 67, p. 279-295, set/dez. 2005.
[3] REIS, Carlos Eduardo dos. Entre o Ensino e a Pesquisa: novos problemas na formação e na prática do
profissional de história. In: História & Perspectivas, Nº. 18\19 – 1998 – Uberlândia. p. 182.

[5] Basso, Itacy Salgado. As Concepções de História como Mediadoras da Prática Pedagógica do Professor de História. Didática, São Paulo, 25: 01-10, 1989.
[6] SOBRINHA, Artemísia Cunha, Revista Homem, Espaço e Tempo, março - 2009
[7] KNAUSS, Paulo - Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, nº. 67, pp. 279-295, set-dez. 2005
[8] ORTEGA y Gasset, J. In. O desafio da ciência: Modelos científicos no ensino de História. Knauss, Paulo Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, nº. 67, p. 286, set-dez. 2005.
[9] Citação da professora de História de 5ª e 6ª séries da Escola Municipal de Ensino Fundamental Eldorado.
[10] Pavilhão esquerdo e pavilhão direito
[11] Laboratório de informática e biblioteca
[12] Quadra de esporte coberta
[13] Vista parcial do pavilhão central da Escola